O diretor executivo do SIAMFESP, Celso Davi Rodrigues, participou na manhã desta segunda-feira (30) da entrega da pauta de reivindicações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, realizado na sede do SINAFER e com a presença também do SIMEFRE.

Durante o encontro, Weller Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, enfatizou a importância do momento: “A campanha salarial é quando você discute o reajuste, o aumento do salário do trabalhador, mas é também quando se discutem as cláusulas sociais. Nesse cenário político, econômico e conjuntural, ter uma convenção coletiva para representar coletivamente os trabalhadores é muito importante.”

Segundo Gonçalves, o grande desafio está em equilibrar as necessidades de trabalhadores vinculados tanto a grandes empresas quanto a pequenos negócios. “A postura quando eu sento com a Embraer é a mesma quando eu sento com o sindicato patronal que representa empresas de um, dois ou três trabalhadores”, afirmou. Ele reforçou ainda que “os mesmos direitos que a gente reivindica para um trabalhador de uma multinacional são os que reivindicamos para um trabalhador de uma empresa de pequeno porte.”

Apesar do objetivo comum, Gonçalves reconhece as diferenças de capacidade econômica entre os setores: “A vida hoje do pequeno empresário é totalmente diferente que a vida das grandes empresas multinacionais.”

A pauta entregue também levanta preocupações com os efeitos da reforma trabalhista. “Ela veio com o discurso de gerar empregos, mas o que se vê é demissão em massa, fechamento de fábricas e um processo de desindustrialização”, destacou o sindicalista. Segundo ele, a revogação da chamada “ultraatividade” — que garantia a vigência das cláusulas da convenção anterior até a assinatura de uma nova — tornou ainda mais essencial a celebração anual de acordos. “Sem convenção, há uma insegurança jurídica muito grande, tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores.”

O SIAMFESP reforçou sua posição institucional de manter o diálogo aberto, sempre buscando o equilíbrio entre a proteção aos direitos trabalhistas e a realidade econômica das empresas representadas.