Especialista orienta sobre cuidados e esclarece dúvidas sobre a Portaria 20/2020
O SIAMFESP promoveu no dia 25 de junho o Webinar “Saúde e Segurança do Trabalho durante a Pandemia e Pós-Pandemia”, com o médico do Trabalho e Perito Judicial, Ricardo João. Abrindo o evento o diretor Executivo do Sindicato, Celso Daví Rodrigues, destacou a importância do tema diante do ineditismo do momento vivido pelas empresas.
O médico iniciou comentando o desafio de enfrentar a pandemia. “Parece que o mundo rodou mais rápido e agora temos mais um desafio que é a flexibilização, o retorno às atividades em todos os setores.” Ele comenta que a decisão não é fácil, uma vez que os casos ainda estão subindo e surge em mente o conceito da Responsabilidade Social e da Responsabilidade Sócio Ambiental. “É hora de nos reiventarmos.”
O diretor do SIAMFESP chamou atenção para a Portaria 20/2020, e quais aspectos as empresas precisam observar. O médico alertou que existe uma série de documentos sendo produzidos, o que acaba causando uma certa confusão. Ele diz que tem orientado que não existe um protocolo padrão, mas que é preciso ter uma coordenação médica e uma técnica de segurança e de engenharia. “É indicado ter um SESMT, um comitê COVID, envolver seu RH e seu Jurídico. É a nossa recomendação.”
Outro problema levantado diz respeito aos atestados médicos. O Dr. Ricardo explica que a questão tem dado muita dor de cabeça para as empresas. Ele ressalta que quando a empresa não tem SESMT, fica difícil interpretar o CID colocado no atestado. “Em alguns casos estão colocando no atestado o CID de COVID sem a realização do exame. Neste caso temos orientado a empresa a fazer o teste.”
O especialista aproveitou para explicar de forma simples os tipos de testes disponíveis, como o do cotonete, que pode ser dividido em qualitativo e quantitativo, que serve para detectar a partícula do vírus. Existe uma janela entre o quinto e o décimo dia de sintoma. É um teste útil em termos de transmissibilidade.
O outro, chamado de teste rápido é dividido em dois tipos. Ele é sorológico, mas a coleta pode ser pelo furo no dedo ou coleta de sangue e serve para dizer se a pessoa tem os anticorpos. Logo, é necessário que seja feito a partir do vigésimo dia da contaminação.
O diretor do SIAMFESP também questionou o controle de temperatura citado na Portaria. O médico ressaltou que o profissional que fará esse controle
precisa estar treinado para encaminhar o indivíduo para uma sala de isolamento e para avaliação médica. “No momento em que ela detectou uma alteração, já começam os procedimentos. Até para levar essa pessoa do ponto A para o ponto B, existem protocolos.”
No caso de empresas que não tenham um SESMT, a orientação é que os membros da CIPA, que são treinados para emergências, façam o alerta e encaminhem para a área médica. Ricardo João diz que no geral as empresas estão trabalhando, o que ocorre é que em alguns casos, até pela questão financeira, algumas empresas acham que conseguem fazer sozinhas um trabalho que é técnico e acabam se atrapalhando.
Ao final, os participantes fizeram perguntas tirando dúvidas sobre diversos aspectos do processo de avaliação dos colaboradores e cuidados que a empresa precisa ter nesse retorno das atividades.
O vídeo do evento está disponível no canal do SIAMFESP. Acesse clicando aqui.
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