Gerente do Decomtec explicou o que está disponível e como fazer para acessar o crédito
O SIAMFESP realizou no dia 16 de julho, o Webinar “Linhas de Crédito para a Indústria que estão sendo Efetivamente Operadas pelos Bancos, com o gerente do DECOMTEC e DEMPI Acelera da Fiesp, Renato Corona. O evento foi aberto pelo presidente do Sindicato, Arcangelo Nigro Neto, que agradeceu a presença do gerente e ressaltou a necessidade das empresas de conhecerem as alternativas viáveis para enfrentar a crise econômica.
Renato Corona começou explicando a atuação da Fiesp desde o início da pandemia, ressaltando que a Federação atuou desde a ponta, com a Central de Crédito, até a interlocução com o executivo e o legislativo.
Para dar início à apresentação, o gerente do DECOMTEC falou sobre a conjuntura econômica, ressaltando a previsão de encolhimento do PIB brasileiro. Do ponto de vista das indústrias, com base em pesquisa realizada com 457 empresas entre 9 e 14 de abril, 60% delas relataram que não registraram a entrada de novos pedidos e 50% apontaram que clientes renegociaram para adiar o pagamento de pedidos entregues.
A pesquisa avaliou ainda o estrangulamento do fluxo de caixa por conta da pressão de fornecedores e clientes. Naquela data, 63% das indústrias tinham caixa disponível para honrar suas obrigações por até 1 mês; 17% tinham caixa para até dois meses, 11% para até três meses e 9% para mais de três meses.
As pesquisas também indicaram que em relação à demanda de crédito, 43% procuraram capital de giro, 18% renegociação de dívidas com alongamento de prazo/carência; 17% antecipação de recebíeis, 13% suspensão de pagamentos de dívidas e 8% renegociação de dívidas com dinheiro novo.
Corona explicou que no começo o Banco Central promoveu medidas de liquidez que provocaram um aumento de oferta de crédito e uma queda do spread. No entanto, ele diz que isso foi resultado das grandes empresas “limpando o mercado”. “O movimento do fluxo de crédito é similar ao do crédito. O dinheiro não chegou e o spread caiu porque as grandes pegaram o dinheiro”.
Na prática, quanto menor o faturamento, menor a quantidade de opções de crédito. “Corona diz que de modo geral, as médias empresas não têm políticas de créditos adequadas, existe uma escassez de produtos para esse público.” Explicou as principais medidas adotadas no início da crise, como a prorrogação de vencimento de dívidas bancárias; suspensão de CNDs para acesso ao crédito e a prorrogação de validade de CNDs.
Teve ainda a Emenda Constitucional 106, quando o Banco Central desenvolveu uma medida que permite comprar títulos para garantir a liquidez do mercado. O problema é que não atende as médias e pequenas. Outra coisa feita em junho foram medidas para estimular os bancos a operarem com depósito compulsório. O IOF permanece com a alíquota zerada até 02 de outubro.
Entrando especificamente nas linhas ele explicou as pesquisas feitas para conhecer a percepção das empresas em relação ao BNDES. No geral ele é a melhor opção o problema está no acesso. A pesquisa levantou ainda os motivos para a negação do crédito e as linhas mais demandadas na crise e o custo dessas linhas.
Dentre as linhas de Crédito, o gerente do DECOMTEC falou sobre: BNDES – Capital de Giro – Refinanciamento de Dívidas; Programa BNFES de Apoio Empresarial ao Combate da Pandemia do Coronavírus (Linha Emergencial de Saúde); BNDES Crédito Direto Emergencial – Saúde Capital de Giro para Setores ligados à Saúde; BNDES – Setor Sucroalcooleito – BNDES PASS; BNDES SPAR – Chamada Pública para Seleção de Fundos de Crédito para MPMES; Programa BNDES Crédito Cadeias Produtivas; BNDES Crédito Pequenas Empresas; Cartão BNDES; BNDES Finame Materiais; Desenvolve SP; Proger Urbano Capital de Giro; Financiamento de Folha de Pagamentos; Parceria Caixa e Sebrae Garantia FAMPE e Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Pronampe.
Ainda dentro dessa parte, o Coordenador de Assistência às Empresas, José Roberto Damaceno Mattos, falou sobre a Central de Créditos, uma ferramenta criada em março, para atender as demandas das empresas e fazer a interlocução com os agentes financeiros, e o Feirão de Crédito Digital.
Ao todo já foram atendidos 589 empresas na Central de Crédito, com diversos tipos de demandas que são repassadas para os bancos. “62% das empresas já tiveram retorno dos bancos, das demandas que foram encaminhadas ao segundo nível, onde é feita a tratativa e o encaminhamento correto.”
A dica da Central de crédito é se a empresa já conversou com o banco de relacionamento, já conversou com o gerente e mesmo assim seu pleito está parado, encaminhe para fiesp.com.br/coronavirus. “Temos um passo a passo, canal de dificuldades de acesso. Preencha o formulário que ele cairá aqui e serão feitas as tratativas. Passaremos a orientação e faremos o acompanhamento do pleito”.
Ao final da apresentação os especialistas da Fiesp responderam as perguntas dos associados.
Linhas de Crédito para a Indústria com Renato Corona:
Associado