Uma semana após o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que confirmou um ritmo melhor da economia no início deste ano, analistas de mercado revisaram em quase meio ponto porcentual para cima a previsão do PIB para este ano. Segundo o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 7, pelo Banco Central, economistas projetam que a economia brasileira cresça 4,36% este ano após o tombo de 4,1% no ano passado.
Essa é a sétima revisão consecutiva para cima, maior projeção do PIB para 2021, em linha com estimativas de bancos estrangeiros e a maior previsão do ano feita pelo mercado brasileiro para a economia. O governo federal, por exemplo, estima crescimento de 3,5% para este ano. Caso se confirme, esse será o melhor desempenho do PIB desde 2010, quando cresceu 7,5%.
O resultado do PIB mostra que o Brasil tem tirado bom proveito do cenário externo favorável. O consumo em alta na China e nos Estados Unidos tem impulsionado exportações. Além disso, a economia brasileira mostrou capacidade de reação mesmo sem os auxílios do governo, concedidos apenas a partir de abril e mais tímidos que em 2020.
O crescimento, em parte, é creditado a um aumento da produtividade das empresas, que aprenderam a conviver com as restrições da pandemia. A perspectiva de vacinação da população adulta nos próximos meses, ainda que a um ritmo lento, também ajuda nas previsões. Vale lembrar que o resultado do PIB do primeiro trimestre deve ser visto com cuidado, uma vez que houve um grande aumento dos estoques, indicando que as empresas buscaram tirar o atraso de produção em relação ao segundo semestre de 2020.
Além da revisão do PIB para este ano, o Focus também traz perspectiva melhor dos analistas para e economia em 2021. A previsão é mais tímida que este ano e vê PIB em 2,31% contra 2,25% da semana anterior.
Inflação
Além do crescimento da economia, os analistas consultados pelo Banco Central voltaram a rever para cima a inflação do ano. Na nona revisão seguida, os analistas projetam o IPCA, índice oficial de inflação do país, em 5,44%, acima dos 5,31% de semana passada e também do limite do teto da meta, definido em 5,25%.
A projeção está bem acima do centro da meta, de 3,75%, e encostada na margem de tolerância, de 1,5 ponto porcentual para cima. No caso das previsões obtidas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa é que o IPCA pode chegar a 5,51%.
A inflação serve como um termômetro da economia e diversas variáveis a afetam. Em abril, com a estabilização maior no preço dos combustíveis e até algumas quedas dos preços nas refinarias definidas pela Petrobras, a pressão inflacionária foi menor, mas ainda é relevante. O IPCA subiu 0,31%, abaixo dos 0,93% de março, mas trouxe alta maior nos preços dos alimentos, os “vilões” da inflação de 2020. A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 6,76%. Em maio, é estimada uma nova pressão, vinda de preços administrados de habitação, com alta já anunciada de 40% do gás encanado e bandeira tarifária vermelha para a energia no mês. O IPCA de maio será divulgado nesta terça-feira pelo IBGE.
A previsão da inflação também foi revista para 2021. Segundo o Focus, o IPCA deve ficar em 3,70% em 2022, sinalizando uma pressão inflacionária persistente. A meta inflacionária para o próximo ano é de 3,50%, com margem de tolerância variando entre 2% a 5%.
Fonte: Veja Online
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