Últimos dados demonstram boas expectativas dos empresários e analistas financeiros para continuação do crescimento da economia no país
“A indústria paulista se encontra em um processo de aceleração”, apontou o diretor executivo de economia e estratégia da Fiesp, André Rebelo. A afirmação do economista foi feita com base nos últimos dados econômicos, reunidos e apresentados por ele durante reunião on-line do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem (Copagrem) da Fiesp, na quinta-feira (15/7). Atuais indicadores da entidade também foram analisados pelo especialista, que destacou os principais pontos de crescimento da economia no 2º trimestre de 2021.
O Brasil chegou, em julho, ao patamar de 1,3 milhão de pessoas vacinadas diariamente. De acordo com Rebelo, a expansão da vacinação será fator essencial para a retomada das atividades econômicas. Também para o economista, a privação de acesso a alguns serviços e viagens, por exemplo, gerou uma poupança que devem ser utilizadas agora com a liberação das atividades e deve contribuir para a retomada. “Outros fatores que devem impulsionar a economia brasileira é o forte crescimento da economia global, que impulsionará os preços das commodities e as exportações e o baixo nível de estoques da Indústria de Transformação”, destacou.
Ainda segundo o diretor, se analisarmos o nível de exportação, de janeiro de 2020 a junho de 2021, também estamos em processo de recuperação. O vigoroso crescimento mundial repercute no forte aumento das vendas externas brasileiras, e não se resume apenas aos produtos básicos. “Se olharmos os níveis de exportação – tanto de básicos, manufaturados e semimanufaturados -, estão em um patamar bem superior ao pré-crise, sendo puxamos tanto pelo volume, quanto pelos preços ”, analisou. Outro dado importante é do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), que demonstra que quase 50% dos setores da indústria estão com o nível de produção acima de fevereiro de 2020, período pré-pandemia.
Com todos estes resultados positivos, os empresários renovaram o otimismo em relação à recuperação da economia. De acordo com o levantamento Rumos da Indústria Paulista, realizado pela Fiesp e pelo Ciesp, entre os dias 6 e 14 de maio, e composto por 65,9% de pequenas indústrias, 26% de porte médio, 5,8% de grandes empresas, e 2,3% de micro, as perspectivas para o final de 2021 são de crescimento médio de 10,2% das vendas e estabilidade no quadro de colaboradores, com variação positiva de 0,3%, conforme média ponderada dos entrevistados.
O indicador Sensor da Fiesp, que mede mensalmente, as expectativas dos industriais, fechou em 52,5 pontos em junho, com ajuste sazonal. O componente Investimentos teve alta de 3,6 pontos, passando de 53,1 para 56,8 pontos no mês. Números superiores a 50 pontos indicam expansão dos indicadores. “O levantamento de abril mostrou uma desaceleração da atividade industrial, mas já em maio tivemos uma forte retomada. Esse resultado de junho mostra uma continuidade do crescimento”, observou Rebelo.
Este otimismo se reflete também no PIB brasileiro. De acordo com dados do último Boletim Focus do Banco Central do Brasil, feito com analistas e economistas de bancos, a projeção é de aumento do PIB brasileiro, passando de 3% em abril para 5,1% no início de julho. A projeção da Fiesp para o PIB é de 5,7%. “Estamos confortável com esse número. O Brasil já cresceu 4,9% este ano. Se mantivermos essa linha de crescimento no segundo, terceiro e quarto trimestres, fecharemos no mínimo neste número, mas se tivermos qualquer aceleração, a gente passa dos 5%”, observou o diretor.
Apesar do aumento no PIB, os juros básicos (Selic) devem se manter em patamar historicamente baixo. Sobre a inflação, Rebelo apontou que devemos estourar a meta este ano. “O boletim Focus está indicando que chegaremos a 6,11, mas é um consenso entre os analistas que, em 2022, a inflação volta para próximo da meta (3,75, em 2022, e 3,25, em 2023) ”, explicou.
Por fim, Rebelo alertou os presentes, na reunião, sobre a atenção para os rumos da política monetária americana. “A dinâmica da inflação e os rumos da política monetária nos Estados Unidos irão ditar a tendência do dólar. Além disso, o cenário fiscal e os rumos da política monetária americana serão determinantes no comportamento da taxa de câmbio”, concluiu o economista.
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Fonte: Isabel Cleary, Agência Indusnet Fiesp
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