Em visita à sede da Fiesp na manhã desta sexta-feira (8/4), o ministro de Economia da Argentina, Martín Guzmán, defendeu de maneira categórica que a pauta de integração entre os dois países seja tratada como política de Estado pelos governos brasileiro e argentino. Para uma plateia formada por empresários das duas nacionalidades, diretores e conselheiros da Fiesp, Guzmán exaltou a importância do Mercosul para os argentinos e defendeu a negociação de acordos bilaterais em áreas estratégicas.
“O acordo com o FMI nos deu segurança e condições macroeconômicas para avançarmos em integração, gerarmos empregos e desenvolvimento econômico e social”, disse o ministro da Economia da Argentina, referindo-se ao pacote de US$ 45 bilhões do Fundo Monetário Internacional voltado para a redução da inflação e a recuperação das finanças públicas argentinas.
O país tem registrado uma forte recuperação nos campos da produção de petróleo e gás e segue investindo em um plano geral de desenvolvimento da infraestrutura. Em abril de 2021, o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, revelou que o país negocia com a Argentina integrar, por meio de um gasoduto, a reserva de gás natural de Vaca Muerta, que fica ao Sul do país vizinho.
“Um mercado energético integrado com o Brasil diminuiria os custos de produção e tornaria as indústrias dos dois países mais competitiva”, sublinhou Guzmán durante o encontro.
Outra pauta de destaque evocada pelo ministro Guzmán foi a vertiginosa recuperação da Argentina. Após ser assolado por uma grave crise econômica em 2018 e pela pandemia de Covid-19 em 2020, o país conseguiu se recuperar e melhorar indicadores sociais, investimentos e exportações.
“Foi uma surpresa para a maioria do mundo”, disse Guzmán. “Organismos internacionais cogitavam que levaríamos de quatro a seis anos para recuperar o que perdemos em 2020”, acrescentou o ministro. Nos primeiros dez meses de 2021, o país acumulou um superávit comercial de US$ 13,94 bilhões. Segundo o governo, a taxa de desemprego, que havia alcançado 13% em 2021, foi reduzida a 7% em 2021, e os investimentos registraram um crescimento de 33%.
O governo mantém uma postura otimista, pautada nas agendas de redução de déficit fiscal, fortalecimento da política tributária e ataque à inflação.
Para o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, o momento é de oportunidade. “Nós que temos empreendimentos na Argentina sabemos que a recuperação econômica argentina tem sido forte e importante”, disse o empresário. “O estreitamento nas relações em vários campos, como energia, fertilizantes e mobilidade, é importante para os dois países”, assentiu.
Rafael Cervone, presidente do CIESP, e Daniel Scioli, embaixador da Argentina no Brasil, também compuseram a mesa.
FONTE: FIESP
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